sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Ex-jogador Edílson é suspeito de participar de golpe em loterias da Caixa

Edilson concedeu entrevista em sua residência, em Salvador (Foto: Alan Tiago Alves/G1)O ex-jogador da seleção brasileira Edílson da Silva Ferreira, conhecido como "Edílson Capetinha", um dos investigados pela Polícia Federal por suspeita de envolvimento em fraudes no pagamento de prêmios de loterias da Caixa Econômica Federal, conversou com o G1 após ter o nome citado no caso e voltou a negar participação no esquema. Edilson recebeu a equipe de reportagem na casa onde mora, em Salvador, na noite de quinta-feira (10), e disse estar tranquilo diante das acusações. Ele afirmou que vai se apresentar à polícia nesta sexta-feira (11).
Agentes da PF estiveram na residência do ex-jogador para cumprir mandado de busca e apreensão, e apreenderam discos rígidos e computadores. Um carro dele também foi levado. Edilson é suspeito de aliciar gerentes da Caixa a participar do esquema que desviou ao menos R$ 60 milhões de valores de bilhetes premiados não sacados pelos


ganhadores. O dinheiro deveria ser destinados ao Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). No ano passado, os premiados na loteria deixaram de resgatar R$ 270,5 milhões.Edilson negou que tenha entrado em contato com gerentes da Caixa para fazer operações ilícitas. "Essa informação não procede. As ligações que tenho com o meu gerente são normais, como qualquer correntista que liga para um gerente para saber como está a conta. As minhas contas estão aí. Está tudo liberado, podem observar. Não existe nada demais nas minhas contas. Meu gerente está à disposição para mostrar também como está a minha conta", disse.
O advogado de Edilson, Thiago Phileto, também afirmou que o ex-jogador não tem ligação com o esquema de fraudes. Ele afirmou que o Ministério Público Federal (MPF) chegou a pedir a prisão do ex-atleta, mas que a Justiça Federal negou. Segundo ele, o nome de Edilson foi incluído na lista de suspeitos por outro investigado, de prenome Eduardo, um dos três presos pela Polícia Federal na Bahia na quinta - que teria dito ser primo do ex-jogador. “O nome dele foi ventilado de maneira leviana. A gente tem certeza de que quando as investigações forem aprofundadas, o nome dele será retirado [da lista de suspeitos]", afirmou.Edilson negou ter algum grau de parentesco com Eduardo, mas afirmou já ter tido ligação com o suspeito. "O Eduardo fazia assessoria para mim há dois anos, mas tem muito tempo que a gente não se fala. Tem muito tempo que a gente não tem contato. E não sei porque está acontecendo tudo isso. Estou aqui dentro da minha casa, tranquilo, consciente. Quero colaborar com tudo", destacou.
O ex-jogador acredia que possa ter tido o nome envolvido no esquema de fraude por conta de alguma conversa que teve com Eduardo por telefone no passado. "Hoje em dia telefone, escuta telefônica é muito fácil, né? Então, deve ter sido. Como a pessoa teve uma ligação comigo durante muito tempo, pode ter me ligado para fazer alguma coisa, para falar alguma coisa e estão associando meu nome a uma pessoa que eu não tenho nada a ver. Eles devem ter pego alguma ligação dele para mim e juntou meu nome ao negócio", destacou.Edílson afirmou que foi surpreendido pela notícia na manhã de quinta, quando estava a caminho da  cidade de Juazeiro, na região norte da Bahia. Ele contou que, ao saber das suspeitas, resolveu cancelar a viagem e voltar paraSalvador, a fim de resolver a situação envolvendo o nome dele.
"Estava na estrada quando aconteceu isso. Estava em um compromisso e voltei para poder resolver esse negócio. Meu advogados já estão cientes do que está acontecendo e eu também. Estou de coração aberto para ajudar a Justiça. Pode vir aqui, conferir a casa, o carro, o que quiser. Eu sou um pentacampeão mundial. O dinheiro que eu ganhei foi dinheiro com futebol, com suor, com trabalho. Nunca bebi, nunca usei drogas, nunca fiz nada, nunca mexi com coisa errada e não é agora que eu vou fazer isso. Vou mostrar para todo mundo que isso é uma calúnia e que eu não tenho nada a ver com essa a história", ressaltou.
O ex-jogador afirmou que quer ajudar a polícia a esclarecer a história, que segundo ele, é prejudicial pra sua imagem. "Uma notícia dessa é ruim para mim, porque eu perco muita coisa. Perco patrocinadores, perco eventos, e acaba em um desgaste familiar, em um desgaste de tudo. Vamos ver o que é que vai dar. Mas eu acredito que isso vai ser resolvido e essa aresta, ou não sei como posso falar, vai ser dissolvida logo logo".

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