Fernanda Gomes Ribeiro é uma das vítimas da violência no parto. Tema foi mapeado por OMS. Foram nove meses de espera. Como será o nascimento?
Dizem que a mãe nasce junto com o bebê. Para as vítimas da violência, o momento é de quase morte. Fernanda Gomes Ribeiro , 37, esconde das a filmagem do parto das filhas. Tem duas, mas não realizou o sonho de parir."Todo parto tem dor. Mas não precisa ter sofrimento". O dela teve "Para de gritar! Se controla! Você vai assustar as outras mães que estão fazendo Cesária", a enfermeira vociferava enquanto Fernanda se contorcia. Era a fase final do trabalho de parto. Oito centímetros de dilatação. momento que os especialistas nomeiam "fase da covardia", porque a dor e tanta que a mulher pensa em desistir do parto normal. "Tá vendo? Eu te falei para fazer cesária.Para que esse sofrimento?", o medico também vociferou. Além das agressões verbais, Fernanda recebeu recebeu anestesia sem ser informada do que estava acontecendo, toques diversos sem seu consentimento, foi impedida de se movimentar e vitima do famoso pique". A técnica é chamada de episiotomia e consiste em um corte na região vaginal. Não há embasamentos científicos e hoje se sabe que não é necessário na maioria dos partos. " A Organização Mundial de saúde diz que só deve ocorrer em menos de 10% dos partos", explica a ginecologista Flávia Maciel de Aguiar, ativista do parto humanizado. É preciso, de toda forma, o consentimento da mulher para realizá-la. Fernanda foi cortada sem saber o que faziam com o seu corpo. Quando as filhas nasceram - ela têm diferenças de dois anos - foram levadas e só voltaram horas depois para a primeira amamentação. Todas as determinações do Ministério da Saúde para a humanização do parto foram desrespeitadas. "Eles me trataram como criminosa por querer parto normal. Eu fico me perguntando; O que eu estou fazendo de errado?.Por tudo isso, ela tem duas filhas e nenhum parto. Desenvolveu depressão e a terapia foi necessária para seguir adiante. " Eu gostaria muito de parir. Com respeito". Não e a unica. A violência e tema de mapiamento da Organização Mundial de Saúde EM 3 DIAS, 27 MULHERES FORAM OUVIDAS. Em três dias de pesquisa, o A Cidade recebeu relatos de 27 mulheres que se sentiram desrespeitadas antes,durante e depois do parto Fernanda Gomes Ribeiro foi apenas uma delas. A Organização Mundial de Saúde realizou um mapeamento em 34 países para criar um banco de dados global sobre o problema. O resultado foi publicado na semana passada.Entre 16 pesquizadores escolhidos para participar do levantamento , está um professor da USP O médico João Paulo Dias de Sousa, da faculdade de medicina de Ribeirão Preto, pesquisou nos idiomas português, espanhol e francês. A violência obstétrica, nomeada pelo OMS de abuso, maus-tratos e desrespeito no parto, atinge uma a cada quatro mulheres no Brasil. Foram listados, pela instituição, sete tipos de agressões, que vão da verbal à sexual. "Frequentemente, os profissionais e as mulheres reconhecem como maus tratos. É a institucionalização da violência. É preciso trocar a lente. Olhar de outra maneira".
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